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Santa Amélia: erosão causa medo aos moradores 5638

Precipício fica a alguns metros após Igreja Santo Antônio, em frente a posto de combustível na principal via do bairro 583h2o

Por Valdete Calheiros – colaboradora / Tribuna Independente 07/06/2025 08h20 - Atualizado em 07/06/2025 09h52
Santa Amélia: erosão causa medo aos moradores
Cratera avança sobre residências deixndo moradores do bairro Santa Amélia, na parte alta, amedrontados - Foto: Edilson Omena

O bairro de Santa Amélia vive momentos de medo, em virtude de uma cratera que vem aumentando a cada dia e que avança em direção às residências ali existentes. Os moradores estão amedrontados, mas têm que conviver com o perigo que a cratera representa.

A situação é assustadora, conforme a população que acompanha de perto, a cada chuva, a evolução do buraco. O precipício fica alguns metros após a Igreja Santo Antônio, em frente a um posto de combustível, na principal via do bairro.

A preocupação aumenta à medida em que as previsões de mais chuvas se aproximam. O risco de novos deslizamentos é iminente. O bairro margeia a Lagoa Mundaú.

Imagens aéreas mostram o desmoronamento de uma área de terra às margens de casas, evidenciando o risco real de novos deslizamentos. O perigo aumenta ao considerar a precariedade de muitas construções próximas ao despenhadeiro.

As causas da abertura da enorme cratera no bairro de Santa Amélia não foram devidamente identificadas, mas se sabe que na localidade existem pocilgas e esgotos que podem aumentar o problema De acordo com os relatos de moradores, o buraco se formou nas proximidades do Parque Municipal, logo após a subida da ladeira de Chã de Bebedouro, em frente a um posto de combustíveis.

O perigo é ainda maior, uma vez que a cratera está “escondida” pelos muros de construções, casas e demais edificações erguidas no local. Os moradores do bairro, de uma forma geral, têm conhecimento sobre o buraco gigante.

No entanto, que, transita ou eventualmente circula pela região, anda beirando o perigo sem ter a menor noção do que pode acontecer.

A dona de casa Sidineia Pereira da Silva, 45, costumava caminhar diariamente pela região, bem próxima à cratera. Avisada por uma amiga, ela está se vendo obrigada a se matricular em uma academia de ginástica da região.

“Um absurdo isso, fazia minha caminhada ao ar livre porque além de ser mais saudável era mais econômico. Mas vou ter que mudar os hábitos e gastar um valor que não estava nos meus planos. Não dá para continuar caminhando tranquilamente em uma calçada que pode ser sugada a qualquer momento”, reclamou ao completar que os moradores e antes correm risco de vida no local.

Genivaldo Vicente da Silva, 54 anos, trabalha com edificações. Ele salientou que a cratera tem aumentado de tamanho ao longo dos anos e que esse aumento é ainda mais visível após as chuvas.

Ele se mostrou preocupado com a situação uma vez que o período chuvoso está ainda se aproximando de fato.

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Cratera começou a abrir na Rua Marquês de Abrantes 3u6vu

Conforme a dona de casa Elisa Barros, a cratera começou na Marquês de Abrantes e agora está tomando conta do bairro.

“É, no mínimo assustador, a pessoa acordar todas as manhãs e não saber se a casa foi engolida pelo buraco. Qualquer barulho nos assusta, já ficamos pensando o pior. Nossas vidas estão aqui, estamos no fio da navalha. Vez ou outro ouvimos barulhos, estrondos. É como se o barro tivesse cedendo ainda mais”, desabafou.

Além do medo da cratera tomar proporções ainda maiores, a falta de informações e providências por parte do poder público causa indignação nos moradores que questionam sobre o destino do bairro, caso a cratera continue a avançar.

Que a pelo local, teme que a situação se agrave ainda mais e está à espera de uma solução definitiva. A empresária Carmem Souza, 41 anos, é uma dessas pessoas. Ela frequenta esporadicamente o bairro para visitar sua clientela.

Muitas pessoas contam que temem o desmoronamento da cratera e que suas casas sejam destruídas (Foto: Edilson Omena)

Segundo ela, não vai mais fazer as entregas pessoalmente. “Vou ter que explicar o risco que corro ao frequentar o bairro e vou pedir as minhas clientes que elas mesmas se dirijam ao meu estabelecimento para pegar as encomendas. É o jeito! Vou torcer para que elas entendam e que eu não fique no prejuízo perdendo clientes”, comentou.

Moradores assustados – Temerosos, os moradores do Santa Amélia esperam uma solução definitiva. Há algum tempo, a população tem pedido apoio à Prefeitura de Maceió. Segundo a população, nada foi feito até então. A demora na realização das obras coloca em risco, e muito, a vida dos moradores.

Um morador que preferiu não dizer o nome contou que o poder público está minimizando o real problema. “Maceió já está com o trânsito bastante complicado. Se perdermos mais essa via, o que vai ser da capital. Onde os carros vão andar? Se nada for feito, essa cratera vai avançar até engolir a pista. Esse buraco não surgiu do dia para a noite. São meses, anos de descaso”, desabafou.

Cronograma 4y705s

MP/AL aguarda projeto de infraestrutura da região 55y5f

O Ministério Público Estadual está acompanhando o caso. O órgão aguarda a aprovação de um novo projeto de infraestrutura da região e junto à Seminfra (Secretaria Municipal de Infraestrutura), DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), IMA (Instituto do Meio Ambiente), da Semurb (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo), foi alinhado um cronograma para que a solução definitiva do problema possa ser apresentada. Não há data para a resolução do problema, uma vez que, segundo o promotor de Justiça, Alberto Fonseca, a quadra chuvosa que impossibilita uma ação mais contundente. “No momento, estão sendo realizadas ações mitigadoras”.

Nesta semana, a Justiça bloqueou de mais de R$ 2 milhões de reais da Secretaria de Infraestrutura de Maceió para obra de contenção no Benedito Bentes. A sentença atendeu a um pedido da Defensoria Pública do Estado com o objetivo de garantir obras de contenção de encosta na região. O poder Judiciário reconheceu que a demora na realização das obras coloca em risco a vida dos moradores e que o município tem competência e recursos próprios para a realização das obras. A Justiça determinou ainda que as obras de contenção e drenagem sejam iniciadas em um prazo de 15 dias.

A Seminfra informou que já atuou na entrega de 31 obras de contenção e proteção de encostas nos últimos quatro anos e, atualmente trabalha de forma simultânea em obras de contenção em diversos bairros da capital.

A Defesa Civil de Maceió informou que acompanha a situação da voçoroca da Santa Amélia, bem como das demais em Maceió, e está atualizando os relatórios.